e... feliz ano novo.

Cortar o Tempo

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,

a que se deu o nome de ano,

foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar

no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez,

com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.

Crítico e melancólico, mas não menos genial: Carlos Drummond de Andrade.

~/~

É, caras..

Mais um ano acabou-se e a gente continua aqui, comemorando vitórias, adquirindo conhecimento, rindo com amigos, fazendo besteiras e corrigindo - ou, pelo menos, tentando - depois, aprendendo com erros e nos preparando pra errar de novo, com mais vontade e mais chance de acertar..

Enfim, ficam aqui os meus votos de um ano promissor, onde todos os teus desejos, possiveis e até mesmo os impossiveis, possam se realizar ou, pelo menos, se encaminhem pra que isso venha a ocorrer.

Tudo de bom pra todos vocês, de verdade ;)

Natal, a grande festa – do comércio.

Atenção, minha gente!

É chegada a hora de gastar o salário, o décimo terceiro e todo o dinheiro que você achar pelos bolsos comprando presentes pro pai, pra mãe, pra namorada, pro tio, pra tia, pro cunhado, pro amigo, pro sobrinho da vizinha, pro irmão do cunhado do cara que passou ali na frente ontem, e por aí vai..

Não acho que comprar presentes seja um problema. Pelo contrário, é bom presentear as pessoas que nos fazem bem, as pessoas que gostamos. O problema surge quando o valor econômico e/ou estético toma o lugar do valor sentimental.

Mas pior ainda é quando o natal se torna sinônimo de distribuição de presentes e todo o espírito natalino se esvai, deixando somente espaço pro bom e velho capitalismo, consumismo e ostentação.

Comprem, gastem, dêem presentes sim. O mais importante é não esquecer o verdadeiro motivo que te leva a dá-lo. Se for dar alguma coisa a alguém, dê por um motivo real e não pelo simples fato de ser natal.

Enfim, feliz natal pra todos. Que seja cheio de amor, de amigos e familiares bajulando e, pra não quebrar a tradição, alguns presentes, porque ninguém é de ferro, né..

Bem vindo ao Brasil.

Quando tudo perde o controle, a situação perde toda e qualquer noção de ética, a política passa a agir em prol, única e exclusivamente, de acordos, que visam o auto-favorecimento, em detrimento dos direitos de toda a população.. está instaurado o caos.

Talvez não pareça, mas a situação, definitivamente, chegou a um ponto inaceitável. Por mais que os jornais divulguem noticias acerca da corrupção, da falta de ética e respeito, todos os dias, as pessoas parecem não ligar para o que acontece.

Ou melhor, até parecem ligar. Criticar a nossa classe política em rodas de bar, ou na falta de outro assunto mais divertido, é uma das coisas que os brasileiros fazem melhor.

E não é hipocrisia criticar sem fazer nada? Talvez.

E esse não é um post hipócrita? Talvez.

Mas o fato é que o caos disfarçado pelo qual passa o nosso país desperta em mim um sentimento de incapacidade. É como se viver fosse um jogo, e todas as regras fossem dadas por uma classe que só liga para as próprias peças do tabuleiro.

O que fazer, se nossa opinião tornou-se insignificante? Se todos os princípios democráticos vão sendo esquecidos?

Se todo o poder emana do povo, diga-me onde e quando, diga-me.

Viva a CPMF, onde os únicos princípios em jogo são as alianças e vantagens políticas!

Viva Renan Calheiros, o homem impunível!

E viva o Brasil, um país que, definitivamente, não é sério!