quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Never Press It.

Divagava constantemente imaginando tudo que fosse possível, por entre prédios e altos muros que lhe pareciam intransponíveis.


Não que não se importasse com a sua condição, mas também não pretendia fazer nada trabalhoso para mudar a sua condição.


Vivia um dia por vez, depois outro, e outro, e assim levava sua vida, calma vida. Não que fosse triste, mas também não era feliz. Tudo que possuía era sua fértil imaginação, que lhe proporcionava certo conforto e lhe acalmava um pouco o espírito.


Aos 12 perdeu os pais, aos 13 sua casa, aos 15 sua melhor amiga, aos 17 a saúde e aos 19 tudo o que restava da sua dignidade.


Nem tudo pode ser perfeito e ela sabia muito bem disso, bem até demais. Depois de muito pensar em vão, enfim encontrou algo útil pra se ocupar, encontrou amigos, uma nova família e tudo mais..


Sua vidinha de merda se tornou um pouco mais divertida, um pouco mais aceitável e seus devaneios, muito mais produtivos. Eis que, nessa fusão de idéias, dúvidas, palavras abstratas e ruídos afins, eis que surge algo novo..


Um botão. Simples, chamativo, misterioso e, como se não bastasse, vermelho. Era surpreendente a capacidade de um simples botão monopolizar todos os seus pensamentos. Passado algum tempo, não resistiu e acabou exercendo o pouco de humanidade readquirida, sua curiosidade, e então..


Apertou o botão.


Fim?

3 comentários:

diogo disse...

o botão tinha pontinhos brancos?

se ele apertou o botão, com certeza aprendeu muito sobre a vida.

muito bem escrito, luiz, bom mesmo, bói.

troféu mui bueno 2008!

Unknown disse...

Eeei
Interessante!

:)

Anônimo disse...

"e então descobriu quê.", diria o caio...
gostei ;)
=*