terça-feira, 29 de abril de 2008

Introspecção.

Sentado em sua cama reflete sobre tudo que passou, tudo que passa e ainda há de passar. O emprego, o estudo, os amigos, a namorada, os planos para a semana seguinte, os novos hobbies, as dúvidas que o atormentam constantemente, as memórias que somem e não retornam jamais, enfim, pensa em tudo que pode pensar, tudo que puder lembrar. Se diverte com a sua própria imaginação, com a suas próprias emoções.


Busca verdades onde não há nem sequer perguntas. Mentiras onde tudo, tudo mesmo, é verdade. Busca tempo, paz, calma, respostas - Ah, as respostas. Busca mais, muito mais, busca uma maneira eficaz de agir, de provar para todo mundo que está certo, que toda essa pseudo-tolerância impregnada e imposta não retroagirá por si só.


Sai de casa e abstêm-se a observar as pequenas coisas, geralmente ofuscadas pelo todo que compõem. Nesse momento, lhe basta apreciar as flores das praças, árvores e jardins alheios. Tudo o mais, aqui e agora, é supérfluo.


Sua alegria não depende de coisas grandes. Não, não mesmo. Lembra da sua namorada, dos seus textos, seus amigos, sua mochila nova, seus CD’s, o filme do final de semana, os vários livros que compra e quer comprar, a seqüência de acontecimentos favoráveis que lhe permitem fazer algo muito desejado e até mesmo do azar que teve, dos problemas, que na hora atormentaram, mas agora, analisados sob outro prisma, parecem engraçados e necessários à evolução, ao novo. Afinal, a melhor felicidade é a nossa, mesmo que tenhamos que rir sozinhos da piada que contamos.


Lhe ocorre que já é tarde, que é hora de se retirar da rua. Que precisa dormir, pois amanhã e segunda-feira, é dia de trabalhar, de estudar, de acordar cedo. Volta pra casa, liga o rádio – demora um pouco, mas escolhe Zeppelin e deixa Beatles pra outro dia, senta em sua cama e continua a refletir.


Reflete tudo que passou, tudo que passa e ainda há de passar...

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito interessante teu blog!!! =)

Eduardo Winck Veiga disse...

Massa pra caralho o texto! E o final ficou incrível!

Boa Luia.

Anônimo disse...

Por nada! =)